“Acolher, proteger promover e integrar”: mensagem do Papa para o próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
CNBB

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) reproduz matéria divulgada pela Rádio Vaticano nesta segunda-feira, 21 de agosto, sobre a Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado a ser celebrado em 14 de janeiro de 2018, que tem como tema “Acolher, proteger, promover e integrar os migrantes e os refugiados”.
O Pontífice define “ um sinal dos tempos ” a triste situação de tantos migrantes que fogem da guerra e da pobreza e recorda que a Igreja tem a grande responsabilidade de compartilhar com todos a preocupação com os migrantes.
A Mensagem se articula em 4 pontos: verbos baseados nos princípios da Doutrina da Igreja.
O primeiro é “acolher”.
O Papa enfatiza que é urgente oferecer aos migrantes e aos refugiados mais oportunidades de entrada segura e legal nos países de destino. Francisco pede para simplificar a concessão de vistos humanitários e incentivar a reunificação familiar.
Realça ainda a necessidade de abrir corredores humanitários para os refugiados mais vulneráveis. E critica a expulsão coletiva de migrantes e refugiados, especialmente quando realizada em direção de países que não garantem o respeito pelos direitos fundamentais. O Pontífice reitera que o princípio da centralidade da pessoa humana requer “ que se anteponha a segurança pessoal à segurança nacional “. E isto, afirma a Mensagem, acarreta a necessidade de um maior esforço para preferir soluções alternativas à detenção dos migrantes.
Em seguida, Francisco volta sua atenção para o verbo “proteger”.
Essa proteção, diz ele, começa em casa e deve continuar na terra da imigração. Daí a necessidade de valorizar as habilidades e competências dos migrantes que devem ter, consequentemente, liberdade de movimento no país anfitrião e oportunidade de trabalhar. O Papa enfatiza a proteção de crianças migrantes, que têm o direito de estudar e viver com suas famílias, tuteladas de qualquer forma de detenção. E, referindo-se à situação de apátrida de alguns imigrantes, o Papa sugere que a questão pode ser superada com “ uma lei de cidadania ” conforme ao direito internacional.
Em relação ao verbo “promover” , a Mensagem afirma que significa que todos os migrantes devem ser colocados em condição de se realizar como pessoas.
Francisco incentiva a integração sócio-profissional dos migrantes. E elogia os esforços de muitos países em termos de cooperação internacional, relevando que “ na distribuição das ajudas, sejam consideradas as necessidades dos países em desenvolvimento que recebem grandes fluxos de refugiados e migrantes “.
O último verbo, escreve Francisco, é “integrar”.
O Papa observa inicialmente que a integração não é uma assimilação, que induz o migrante a suprimir ou esquecer a sua identidade cultural. É um processo prolongado que, exortou, “ pode ser acelerado através da concessão da cidadania independentemente de requisitos econômicos ou linguísticos “. Mais uma vez, o Papa pede que se favoreça a cultura do encontro e assegura que a Igreja está disponível a se comprometer “ em primeira pessoa ” neste campo. Para alcançar os resultados esperados, ele adverte, no entanto, que a contribuição da comunidade política e da sociedade civil é indispensável.
Na conclusão, Francisco faz apelo aos líderes políticos para que aprovem os acordos globais (Global compacts) aprovados recentemente na Onu dedicados aos refugiados e aos migrantes. E destaca que os próximos meses são uma oportunidade privilegiada para apoiar com ações concretas os quatro pontos delineados na Mensagem: “ acolher, proteger, promover e integrar “.
Fonte: CNBB







